O que é o PID?
PID significa Proporcional, Integral e Derivativo, é um algoritmo utilizado em sistemas de controle por feedback. Esse sistema compara um valor medido (de um sensor, por exemplo) com um valor desejado (o alvo) e ajusta o sinal de saída para um atuador, de modo a reduzir a diferença (erro) entre o valor medido e o alvo.
No mundo real, um sistema PID nunca irá buscar atingir EXATAMENTE o alvo. Contrário a isso, os parâmetros de ajuste incluem uma “zona morta” – uma área ao redor do alvo em que o algoritmo não tentará fazer com que o sistema atinja o alvo exato. O sinal de saída é a soma dos componentes Proporcional, Integral e Diferencial. Iremos detalhar agora um de cada vez:
- Componente Proporcional
Se o Ganho Proporcional for muito pequeno o erro será reduzido apenas por uma pequena quantidade e a resposta será lenta. Com muito ganho proporcional o sistema ficará instável e ocorrerá o “Overshooting”. Overshooting é o que ocorre quando o sistema fica oscilando em torno do alvo, hora ultrapassando-o, hora tornando a ficar abaixo dele.
- Componente integral
ultrapassar o alvo e, em seguida, o sinal precisará ser revertido novamente. Nesse caso, será necessário utilizar um menor ganho Integral de modo a garantir que os erros de longo prazo se mantenham dentro da “zona morta”.
- Componente Derivativo
Por exemplo, se o Ganho Derivativo for muito grande, poderá ocorrer “overshooting” à medida que a resposta ultrapassar o alvo, fazendo com que o controle volte a diminuir o sinal de saída. O termo derivativo tende a entrar em operação durante a mudança transitória inicial no sistema, fazendo o efeito de “achatar” a curva de resposta, reduzindo o overshooting.
- Uma analogia do mundo real
Sistema P: Pense que um motorista está num carro sem freios e deseja parar num semáforo alguns metros à sua frente, o mais rápido possível! O motorista só tem controle sobre o pedal do acelerador para fazer com que o carro consiga chegar no semáforo. Quanto mais o veículo se aproxima, menos o motorista pisa no acelerador. A quantidade de aceleração é o Ganho Proporcional.
O problema é que, se o motorista depende exclusivamente do atrito entre pneus e asfalto para que o carro freie, ele correrá um grande risco de passar do semáforo e ter que voltar de ré até o ponto desejado de parada. Isso provavelmente aconteceria várias vezes até que o motorista conseguisse parar corretamente antes do semáforo. e quanto mais rápido o motorista tentar fazer isso (visando o menor desperdício possível de tempo), pior seriam seus erros ultrapassando e voltando ao semáforo.
Sistema PD: Agora, considere que o carro possua freios. O motorista, ao se aproximar do semáforo, pode reduzir a quantidade de aceleração e também utilizar os freios. Os freios agem como o componente Derivativo do sistema. Obviamente que agora, com o acelerador e freios, o motorista poderá chegar e parar no semáforo com muito facilidade, rapidez, e ainda com muito menos chances de errar o ponto de parada.
Sistema PID: Agora, imagine que o tal semáforo em questão esteja numa rua em aclive. O motorista fará o mesmo procedimento de parada utilizando-se do acelerador e freios, mas quando atingir o ponto de parada o carro irá “querer” descer novamente a rua. Supondo que não fosse possível (no mundo real) segurar o carro na posição desejada com os freios, o motorista agora precisará aplicar um pouco de aceleração para segurar o carro no ponto de parada para que não role para trás. Este é o componente Integral do sistema.
- Calibrando um sistema com o algoritmo PID
e o erro (Alvo – Posição atual) é reduzido.
A Figura 2 também mostra que, com P adicionado, há uma resposta ligeiramente mais rápida na busca ao alvo. Na figura 3, o Ganho P é aumentado ainda mais, para que a resposta seja mais rápida e o erro entre alvo e posição real é muito menor, mas agora podemos observar o “overshoot” e “undershoot”, que é quando a posição atual oscila e ultrapassa o alvo. Reduzindo o P a uma quantidade ligeiramente menor irá reduzir a oscilação, e adicionando um pouco de D irá reduzi-lo ainda mais, mantendo o tempo de resposta aceitável (figura 4). O parâmetro D age como um amortecedor no sistema. Porém, ainda há algum pequeno erro restante.
Um método fácil de determinar manualmente os valores P, I e D é zerar os termos Integral e Derivativo setar um valor pequeno para o Proporcional. A largura de oscilação resultante Xosc e o período de oscilação Tosc podem então ser usados para determinar as configurações de PID utilizando as fórmulas abaixo:
- P = 2,0 * Xosc
- I = 1.5 * tosc
- D = I / 5
Os valores obtidos com as fórmulas acima resultam em uma resposta ligeiramente mais amortecida e conseqüentemente todos os valores podem ser reduzidos ligeiramente para termos uma resposta “mais fina”.
Esse artigo foi uma tradução/adaptação de:
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http://www.vems.hu/files/SecretMachine/DTN0003_Introduction_to_PID_Control%255B1%255D.pdf)
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https://www.citisystems.com.br/controle-pid/